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Sinta-se em casa...

"Que o tempo leve apenas o necessário e me traga o suficiente!"

Lua

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Lua e suas fases...

sábado, julho 11, 2015

Orfanato





Vendo hoje o  último capítulo da novela Sete vidas, me comoveu a cena em que um casal da trama é chamado para ver uma criança candidata à adoção.
Hoje são tantos nomes que dão, Casa de Abrigo, lar provisório  etc...
Na minha época era chamado simplesmente de orfanato.
Fui pesquisar no Google e Wikipédia e achei a seguinte descrição:
"Orfanato é o estabelecimento de assistência social no qual menores órfãos são recolhidos e recebem cuidados pessoais, médicos e educacionais. Pode ser administrado tanto pela administração pública ou privada. São considerados como entidades sem fins lucrativos, não pagam impostos, e a doação de bens e materiais de consumo por iniciativa pessoal dão o direito de abater no imposto sobre a renda, no Brasil, é onde as crianças abandonadas estão esperando por uma família adotiva."
Algumas coisas com o passar do tempo sofreram grandes mudanças. Ainda bem, o Estatuto da Criança foi um bem enorme para  maioria das crianças que são abandonados por seus pais. O motivo que os leva ao abandono são inúmeros; droga, desestrutura familiar, desemprego,  alcoolismo, desamor dos pais, enfim motivos existem, Infelizmente quem mais sofrem são os filhos, os pais seguem sua vida e os filhos são deixados
Algumas vezes familiares  se compadecem e acabam assumindo tais crianças, avós, tios, mas na maioria das vezes as crianças vão  para abrigos, lares provisórios e lá ficam esperando uma boa alma chegar e resgatá-los daquele lugar, anseiam por um lar. Uma família.
Aí que entra meu ponto de vista a respeito do Estatuto da Criança. 
Antigamente,lá pela década de 70 as coisas não eram assim, as crianças sem família eram encaminhadas ao  IAM que era  o Instituto de Assistência Ao Menor.  De  lá  eram  enviadas para  orfanatos, muitas vezes muito distante da capital, o que acabava tornando quase impossível  no futuro o reencontro com familiares.
Conheço uma família de quatro irmãos;1  menino  e 3 meninas, ficaram em diversos orfanatos, a mais velha ficou na capital, as duas meninas menores foram parar num orfanato no interior do estado, e o menino foi para a Casa do pequeno Jornaleiro que era um orfanato exclusivo para meninos orfaos.
Voltando ao meu ponto de vista sobre o Estatuto da Criança, hoje em dia apesar de não ser nada agradável viver em um abrigo, lar provisório, essas crianças não podem ser maltratadas por quem cuida ou pretende adotá-las. Não vou dizer que algum tipo de agressão não exista nos dias de hoje, mas nada comparado ao tempo em que as crianças que  acima citei  foram obrigadas  a viver.
Naquela época os orfanatos eram  mantidos pelo Governo do Estado e administrados por freiras, na maioria das vezes essas freiras eram piores que as madrastas dos contos de fadas.
Com as leis de hoje essas freiras seriam severamente punidas.
Elas  eram duras, maltratavam sem dó. 
Falo Isso por  experiência própria já que sou a mais velha  dos 4 irmãos acima citados.
Vivi por quase 5 anos num orfanato, e cena da novela de hoje me fez chorar. Chorei p orque quando surgia alguém interessado em crianças na maioria das vezes era para  fazer delas  empregadas  em suas casas. 
Sempre "escolhiam" as mais velhas. 
Hoje vendo aquela criança negra voltei no tempo. Lembrei que quando aparecia alguém Interessado em "adotar" alguém, éramos colocadas em uma parede e a família apontava / escolhia umas  3 ou 4 crianças era tipo uma peneira, dessas 3 ou 4 uma era escolhida, como tínhamos aulas de culinária , bordado, tricô, crochê, etc ... 
As famílias  interessadas sempre queriam alguém que soubesse fazer de tudo um pouco e que soubesse cuidar de criança, era o  que mais se ouvia quando surgia alguma família interessado em "pegar" uma criança do orfanato.
Nunca fui "escolhida".
Acho porque eu era muito pequena, falava muito pouco e nunca quis sair do orfanato, sempre imaginava que se eu saísse de lá minha mãe não me acharia quando voltasse ...
Ainda bem que hoje as crianças não podem ser maltratadas como antigamente eram, seja  nos orfanatos, seja com familiares, seja com que for que estejam, são protegidas por lei.
Não concordo com a lei que não permite dar nem uma palmada, acho absurdo o excesso de liberdade de hoje, mas não dar uma palmada, ou ser espancada como fui inúmeras vez por meu pai, melhor  não apanhar de maneira alguma.
PS. Reencontrei meus irmãos muitos anos depois, Graças a Deus, todos com  suas esposas/maridos, filhos, e alguns até com netos, apesar de todas as dificuldades  ninguém se "desviou" na vida. 
Temos nossas cicatrizes mas vivemos bem, apesar de tanta dificuldade que passamos na nossa escassa infância.
Falo escassa infância porque  quando se passa /vive o que vivemos, pulamos a infância.
A vida acabou nos obrigando a sorrir menos, a chorar  mais e sempre querer alguém que nos ame.
Ser abandonado na infância é uma  dor tão grande quanto a de uma  fratura exposta, dói muito ... Muito mesmo.
No meu caso me tornou extremamente sensível, e ao ver a cena  na novela, quase desidratei de tanto chorar.

A foto acima é do  antigo orfanato  onde vivi por quase cinco anos, Hoje é sede da Pastoral da Criança. 
Imagem Retirada da internet.

segunda-feira, julho 06, 2015

Difícil escrever...


Deixo aqui meu imenso respeito por todos que tem a capacidade de sentar e ESCREVER.
Deus do céu como é difícil!
Ideias não me faltam.
Assuntos idem.
O difícil e juntar tudo e trocar por palavras de maneira agradável e interessante.
Sempre imaginei que minha vida daria um Best seller, e a qualquer momento eu colocaria isso em palavras e seria um sucesso absoluto.
Diz o ditado que todo homem(mulher) deve plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro.
Já plantei árvores, sendo que a mais bonita foi um ipê amarelo, lembro porque amarelo é minha cor favorita.
Já tive filhos, mas como mencionei que sou um best seller ambulante, minha primeira filha nasceu e morreu 2 horas depois.
Se passaram muitos anos, e até hoje eu lembro de tudo o que se passou, antes durante e depois dessa tragédia na minha vida, da dor infinita que senti, faltou muito pouco para que na época eu com vinte e poucos anos perdesse  o juízo. Cheguei muito próxima da linha tênue que nos separa da lucidez. É eu quase enlouqueci...
Quanto a escrever está sendo mais do que um parto, e olha que passei por 3, todos de alto risco, era como andar numa corda bamba sem nunca ter treinado, mas a vida me fez teimosa, e quando todos diziam que eu deveria desistir, (todos mesmo inclusive os melhores médicos da USP de São Paulo, inclusive da ala da genética eu persisti, e tive + 2 filhos.)
Está sendo difícil escrever, achar as palavras certas, são tantos detalhes... inúmeras perguntas... devo escrever na primeira pessoa? 
Começar como uma narrativa?
Ou começar com uma era uma vez e deixar imaginarem que se trata de um conto de fadas?
Não...conto de fadas não porque o tal príncipe não achei, e para ser sincera eu acho que nessa vida passei e não percebi o meu príncipe, que eles existem eu acredito que sim, aquela pessoa que chamamos de alma gêmea, o homem da sua vida, ele existe, apesar de não ter encontrado o meu, acredito sim que ele existe.
Outro grande problema é que sou uma leitora voraz, (acho que já mencionei isto) sendo assim tudo o que penso escrever minha memória literária me diz que já li tal coisa em determinado tempo, aí vem aquele medo de "plágio", óbvio que algumas passagens da minha vida são só minhas, o que não quer dizer que em algum momento tenha sido usada em alguma ficção.
Dilema do dia-"A enorme dificuldade em escrever/narrar o que nunca foi dito/narrado."
Estou tentando já há alguns dias escrever algo que se passou nos últimos meses na minha vida, a história(real) é muito boa, cheia de nuances, trata-se de encontros, desencontros e reencontros. O desfecho é melhor ainda, falta-me sabedoria para iniciar uma história que começou no final da década de 70 e terminou agora em 2015.
Parabéns aos escritores, poetas, romancistas, jornalistas e blogueiros que tem a capacidade de traduzir em palavras coisas que acontecem e ou que eles pensam com tanta facilidade.
Como é difícil escrever...

(Imagem retirada da internet)

quarta-feira, junho 24, 2015

Eu vou entender...

Existem textos/frases que gostaríamos de ser o autor.
Como leio muito, muita coisa do que leio eu gostaria de ter escrito.
Dentre muitas autoras brasileiras, tenho lido nos últimos tempos 3.
E em todas eu sempre acho algo que vivi, senti ou gostaria de ter escrito.
São elas;
Tati Bernardi 
Martha Medeiros
Marla de Queiroz
O texto abaixo é curtinho, mas considero cada palavra com a força de um vulcão.
Com a força de uma tsunami.
Ou com a força de uma avalanche.
Faz o mesmo estrago que as catástrofes acima citada.
Para bom entendedor é claro.
                                          **************************

"Se você estiver ocupado demais para me ligar, eu vou entender. 
Se você não tiver tempo para me mandar mensagens, eu vou entender. 
Se você tiver fazendo algo mais importante e não puder me ver, eu vou entender. 
Se você fingir que não está nem aí pros meus sentimentos e continuar me ignorando, eu vou entender. 
Se você continuar desperdiçando seu tempo de vida com coisas fúteis, eu vou entender. 
Mas se eu parar de te procurar, aí é a sua vez de me entender.”
— Tati Bernardi.

segunda-feira, junho 22, 2015

Surpresa agradável

Faz muito tempo que não passo por aqui.
Sempre gostei de escrever.
E como quem escreve pensa, sempre pensei muito!
Ah, sempre gostei de ler, leio muito, muito mesmo.
Talvez seja por isso que fui abandonando esse espaço.
O que não justifica, já que sempre que penso, vejo, ou vivo alguma coisa me dá aquela vontade danada de registrar, e lá no fundo, algo me diz: Registra no seu blog.
Não sou expert em ferramentas da internet, mas admito que "fuçando" aprendi muita coisa.
A pior coisa que existe é você pedir auxílio e ouvir uma explicação superficial, ou ouvir um "depois eu vejo,  depois eu ensino etc..."
Lembro perfeitamente do dia em que pedi "socorro" para minha filha para baixar uma música.
Ela não foi muito receptiva, mas me ajudou.
Eu lembro da música até hoje, era Dust in the wind com a Sarah Brightman.
Graças a "pouca vontade" dela em me ajudar eu posso dizer que aprendi e hoje baixo com facilidade músicas. Rsrsrs
Por falar em música, é impressionante como a música marca nossa vida.
Seja num momento de grande alegria.
Seja num momento de profunda tristeza a música sempre está lá, nos marcando.
Considero a música como uma cicatriz, sempre nos fazendo lembrar do momento que marcou nossa vida assim que a ouvimos.
No sábado estava eu navegando no face, quando recebi uma chamado no bate-papo.
Era a Nice, conversa vai, conversa vem, ela me dá um endereço de um blog, e pede que eu dê uma olhada. Olhei, gostei e me deu vontade de voltar aqui e escrever, não tenho pretensão alguma de escrever grandes coisas, acho que poucas vezes falei da minha vida pessoal, não sei se escreverei a respeito, mas talvez alguns relatos escapem.
Vivi nos últimos tempos algumas situações que me deram vontade de traduzir em palavras.
Talvez eu faça isso.
Uma situação que vivi recentemente já tem até título.
Falta só juntar as palavras e fazer um relato.
A frase abaixo que desconheço a autoria fala muito a respeito e a meu respeito.
Até qualquer hora.



Nunca confunda,meu silêncio com ignorância,minha calma com aceitaçāo ou minha bondade com fraqueza....pois algumas coisas levam tempo...e outras o tempo leva!